ECOLOGIA JÁ

DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS


Em qualquer ecossistema, todos os componentes, vivos ou não vivos, mantem equilíbrio entre si, podendo-se falar em sinergia ambiental. O termo sinergia pode ser aplicado ao processo coordenado e integrado de vários fatores na realização de uma função.

Tanto um organismo como um ecossistema em seu todo, podem se adaptar a pequenas alterações. No entanto, modificações bruscas ou violentas, normalmente não são compensadas em prazos razoáveis, impondo quebra duradoura do equilíbrio. Vamos dividir as alterações em bióticas e abióticas, mas é importante lembrar que nos ecossistemas, estes fatores estão em constante interação.


Alterações bióticas

Entre estas alterações, destacam-se a introdução de espécies e a eliminação ou extinção de espécies.

No ecossistema em equilíbrio, há resistência às populações, controlando sua densidade. Dentre os fatores de controle pode-se mencionar competição, predação, parasitismo, restrição de alimento e diminuição de território para reprodução.

Quando uma espécie exótica é introduzida, há a possibilidade de que ela seja mais eficiente que as espécies nativas na utilização dos recursos do ambiente. Isso acarreta uma diminuição da reprodução das espécies nativas e, consequentemente, altera a abundância destas. Isso é chamado de desequilíbrio ecológico. A situação se agrava quando a espécie introduzida não tem predadores naturais.

  • Extinção de espécies
  • As espécies podem extinguir-se por processos que não dependem da atividade humana ou em decorrência dela. Quanto à ação humana, merece ênfase o desmatamento. A caça indiscriminada e criminosa, principalmente de animais que encontram resistência do meio e apresentam baixo potencial biótico, também interferem no processo.

    As principais medidas legais que visam a proteção dos animais, proíbem sua captura, pesca ou caça em época de reprodução, sua exportação e, em alguns casos, a caça em qualquer época. A preservação dos habitats também é essencial.


Alterações abióticas (poluições)

Toda e qualquer contaminação do ar, água ou solo por quantidades indesejáveis de matéria ou energia, prejudicando a vida, é considerada poluição ambiental.

  • Poluição sonora
  • Geralmente observada nas grandes cidades. Afeta principalmente a saúde mental (irritabilidade e nervosismo) e, a longo prazo, provoca diminuição da audição e até surdez.

  • Poluição térmica
  • Consiste no aumento da temperatura da água, que provoca alterações no meio e pode causar doenças de origem fúngica e bacteriana em peixes e outros organismos, além de diminuir o teor de O2 dissolvido na água, o que pode causar morte de animais que dependem do gás oxigênio. A poluição térmica pode ser causada por usinas elétricas e atômicas que usam sistemas de resfriamento de reatores durante a geração de energia com água retirada (e depois devolvida) de ambientes naturais. Quando esta água retorna aquecida ao ambiente natural, o problema se instala.

    Quando em equilíbrio em certo ambiente, as populações têm bom desempenho dentro da faixa normal de variação dos fatores ambienteis. Com a mudança de temperatura, interferindo na reprodução de cada espécie, ocorre um desequilíbrio ecológico, que em cenários mais graves, trazem a extinção de populações.

  • Poluição do ar
  • Consiste no aumento da quantidade de gás carbônico, que acentua o efeito estufa causando o aquecimento global, na introdução de partículas que ficam em suspensão no ar e na introdução de outros gases poluentes. Merecem destaque o monóxido de carbono (CO), o dióxido de enxofre (SO²), o ozônio (O³), o dióxido de nitrogênio (NO²) e hidrocarbonetos, liberados por diversos agentes poluidores.

    Motores a explosão, indústrias siderúrgicas e queimadas de florestas são importantes fontes de poluentes. Quando o CO se associa a hemoglobina, dificulta a respiração. O excesso de dióxido de enxofre (SO²) e dióxido de nitrogênio (NO²), liderados pela queima de gasolina, carvão mineral, causam distúrbios respiratórios, como bronquite e asma. Quando reagem com o vapor de água, originam ácido sulfúrico e ácido nítrico, que chegam a superfície como chuva ácida.

    As partículas sólidas em suspensão no ar, da mesma forma que os gases, são levadas pelas correntes de convecção para as camadas mais altas da atmosfera, por onde se dissipam. Nos meses de inverno, em consequência do resfriamento do solo, a camada inferior de ar atmosférico pode ficar mais fria que a camada imediatamente acima dela, fenômeno denominado inversão térmica. Com isso, os movimentos de convecção são interrompidos e os poluentes deixam de se dispersar para as camadas mais altas da atmosfera.

  • Poluição por elementos radioativos
  • Causa mutações genéticas que podem desencadear doenças como o câncer. Além disso, mutações que ocorrem nas células produtoras de gametas podem ser transmitidas ao longo das gerações. Um exemplo muito conhecido, é p acidente radiativo de Chernobyl, em 1986.

  • Poluição por substâncias não biodegradáveis
  • Causada por produtos que não sofrem decomposição (como substâncias organocloradas e os metais pesados) faz com que esses produtos se acumulem nos tecidos dos organismos ao serem consumidos e vão se concentrando ao longo das cadeias alimentares, acarretando sérios problemas aos organismos.

    O mais persistente dos organoclorados é o DDT (dicloro-difenil-trocloroetano), que permanece intacto por vários anos, passando inalterado pelos sucessivos níveis das cadeias alimentares. Outro importante é o metilmercúrio, encontrado principalmente na água.

  • Poluição por derramamento de petróleo
  • Ocorre quando o petróleo derramado forma extensas manchas na camada superficial das águas e, com isso, bloqueia a passagem de luz, afetando a fotossíntese; também impede as trocas de gases entre a água e o ar. O petróleo se impregna na superfície dos corpos dos animais marinhos, matando-os por intoxicação, ou nas brânquias dos peixes, morte por asfixia. As aves marinhas perdem a capacidade de voar e de realizar a termorregulação, morrendo em seguida ao contato com o óleo.

  • Poluição por eutrofização
  • Ocorre em ambientes aquáticos pelo aumento excessivo de nutrientes na água, especialmente fosfatos e nitratos. Leva à proliferação exagerada de algas do fitoplâncton, que podem produzir toxinas que matam outros organismos; ao morrerem, essas algas entram em decomposição, aumentando o número de bactérias e fungos aeróbicos, o que leva ao esgotamento do gás oxigênio na água, afetando outros animais.

    Pode ser natural ou provocada por resíduos urbanos, industriais ou agrícolas. O lançamento de esgoto doméstico, diretamente nos rios sem tratamento adequado é umas das principais causas.

  • O lixo
  • Nos países desenvolvidos, uma pessoa produz em média, cerca de 2,5 Kg de lixo por dia. Uma das soluções mais antigas, é remover o lixo de um local e transferi-lo para outro, formando os imensos lixões. Há formas mais adequadas de lidar com o lixo: nos aterros sanitários, o solo é preparado, recebendo uma impermeabilização que impeça que o lixo o contamine; a incineração é realizada principalmente com lixo contaminado, como o hospitalar, porém gera poluição do ar; e a compostagem consiste em transformar a parte orgânica do lixo em compostos, que podem servir de fertilizante.